Conheça a Dengue

Dengue
hemorrágica

A dengue grave, também conhecida como “dengue hemorrágica” ou “febre hemorrágica da dengue, é uma complicação potencialmente fatal.1,2

Ela pode se desenvolver em um curto período após a infecção por qualquer um dos quatro sorotipos do vírus da dengue (DENV-1/DENV-2/DENV-3/DENV-4), embora o DENV-2 seja o mais comumente associado a casos graves de doença.1,2

Enquanto a maioria das pessoas com sintomas de dengue apresenta uma doença febril, 5% dos pacientes evoluem para formas mais graves da doença.3

O risco de desenvolvimento da forma mais grave da doença depende de fatores relacionados ao paciente, ao vetor e ao vírus. Por exemplo, idade mais avançada e condições preexistentes, como diabetes, hipertensão, obesidade e doença renal crônica, aumentam o risco de doença grave e dificultam o diagnóstico e o tratamento adequado.2

A fase crítica da dengue grave ocorre de 3 a 7 dias (após os primeiros sinais da doença).1,2

Podendo evoluir
com sintomas, como:1,2

Dor abdominal intensa

Respiração rápida

Fadiga

Inquietação

Extravasamento plasmático, que pode levar a choque e/ou acúmulo de líquido com/sem desconforto respiratório

Aumento do fígado

Sangue no vômito ou nas fezes

Sangramento nas gengivas ou nariz

Durante as 24-48 horas da fase crítica, pode haver piora súbita dos sintomas.

É quando a febre está baixando (abaixo de 38°C/100°F) que os sinais de alerta associados à dengue grave podem se manifestar.1

A detecção precoce e o acesso ao tratamento adequado podem reduzir as taxas de mortalidade da dengue grave para menos de 1%.1

Por isso, ao menor sinal de piora do quadro clínico da dengue, a pessoa deve ser levada imediatamente ao serviço de saúde mais próximo, para que os cuidados médicos adequados sejam realizados, evitando assim, mais complicações e risco de morte.1

Por que a segunda vez
que pegamos dengue
é mais grave?

O vírus da dengue (DENV) apresenta quatro sorotipos distintos (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4), sendo qualquer um deles capaz de causar desde a dengue clássica, até a dengue grave (também conhecida como dengue hemorrágica ou febre hemorrágica da dengue). Basicamente, podemos dizer que, após a picada do mosquito Aedes aegypti, o vírus penetra na corrente sanguínea da pessoa, onde corre replicação viral e consequentemente, surgimento dos sinais e sintomas da doença. Mas, após alguns dias, o sistema imune começa a atuar contra o vírus, eliminando a infecção.4

Essa atuação do sistema imune é chamada de resposta humoral e produz anticorpos neutralizantes específicos para o sorotipo que causou a infecção. Ou seja, o organismo fica resistente a esse sorotipo. Além disso, também são produzidos anticorpos de reação cruzada para os demais sorotipos, mas essa proteção é temporária e, portanto, não terá ação neutralizante duradoura.4

Uma segunda infecção por um sorotipo diferente pode ser mais grave que a primeira. O motivo se deve à presença de anticorpos de reação cruzada, sem capacidade neutralizante.1,2

Além de não neutralizarem a ação do vírus, podem acelerar a sua entrada e replicação na célula e levar a uma resposta exacerbada com aumento do risco das formas graves. Como mencionado, esses anticorpos não neutralizantes preexistentes são decorrentes de infecção primária ou transferência materno-fetal.1,2

Estudos apontam que a infecção com um tipo de DENV diferente do tipo causador da infecção primária é o maior fator de risco para dengue grave. Além disso, idade, presença de comorbidades, o intervalo entre as infecções, as características dos anticorpos, fatores virais e genética específica do hospedeiro são fatores contribuintes para maior gravidade da doença.5

precisamos falar sobre a dengue

O mosquito Aedes aegypti é o principal vetor da dengue.

Referência

  1. Organização Mundial da Saúde (OMS). Disponível em https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/dengue-and-severe-dengue. Acessado em novembro/2022.
  2. José A Aguilar-Briseño et al. Understanding immunopathology of severe dengue: lessons learnt from sepsis. Curr Opin Virol. 2020 agosto;43:41-49.
  3. Makeda Robinson e Shirit Einav. Towards Predicting Progression to Severe Dengue. Trends Microbiol. 2020 Jun;28(6):478-486.
  4. Henning Ulrich et al. Dengue Fever, COVID-19 (SARS-CoV-2), and Antibody-Dependent Enhancement (ADE): A Perspective. Cytometry A. 2020 Jul;97(7):662-667.
  5. Leah C. Katzelnick et al. Antibody-dependent enhancement of severe dengue disease in humans. Science 358, 929–932 (2017).